Em um país com ruas e estradas amplas, grandes distâncias de costa a costa e combustível barato, como os Estados Unidos, o tamanho dos veículos e de seus motores nunca foi problema.
Mesmo assim, a General Motors via-se obrigada a pensar em redução de consumo com a segunda crise do petróleo, em 1979. A Ford havia conquistado a liderança entre os picapes e o mercado caíra pela metade entre 1978 e 1980. Era o momento de oferecer algo mais prático, barato e econômico ao consumidor que migrava para os automóveis médios e compactos.
|
O Bedford KB 25 dos europeus: modelo gêmeo do Chevy LUV que a Isuzu fornecia à GM, com motor 1,8 e tração traseira ou 4x4 |
A GM já oferecia, desde 1972, um picape leve. Fabricado pela japonesa Isuzu, o Chevy LUV tinha motor de 1,8 litro e tração traseira ou integral. Em mercados europeus era chamado de Bedford KB 25. Mas, como todo produto, após uma década exigia substituição por algo mais moderno.
A gigante americana então dispensou a cooperação nipônica e desenvolveu, ela própria, seu sucessor: o Chevrolet S-10. Seguindo o conceito dos picapes japoneses, era lançado em 1982 com dimensões compactas: 4,52 metros de comprimento, 1,49 m de altura, pneus 195/75-14.
Tinha cabine simples e opção entre caçamba curta (entreeixos de 2,74 metros) e longa (3metros) e duas capacidades de carga: 1.000 libras (455 kg) e 1.500 libras (682 kg).
Seu estilo retilíneo lembrava o dos picapes pesados Chevrolet, inclusive os da série 20 brasileira.
Na frente, os faróis retangulares ladeavam uma grade ampla e quadriculada. As laterais eram simples e a traseira tinha estreitas lanternas. O interior acomodava duas pessoas, com uma terceira algo apertada no espaço central do banco inteiriço. Dois acabamentos eram disponíveis, Sport e Durango.
Dois motores o equipavam: um de quatro cilindros em linha, 1,9 litro, 82 cv (líquidos) e 13,9 m.kgf de torque, fornecido pela Isuzu, e o V6 — o primeiro em um picape leve — de 2,8 litros, 110 cv e 20 m.kgf, ambos com comando de válvulas no bloco e carburador de corpo duplo. Com câmbio manual de quatro marchas, conseguiam um consumo interessante comparado ao dos modelos pesados e seus enormes V8. Eram o que o mercado esperava.
Bem-recebido pelos consumidores, a S-10 logo via sua família crescer. A linha 1983 introduzia a tração nas quatro rodas (mantendo a suspensão dianteira independente por braços sobrepostos) e a cabine estendida, 37 cm mais longa, com dois pequenos bancos montados nas laterais e bom espaço interno para bagagem. Chegava também um 2,0-litros de 83 cv, com maior torque (14,9 m.kgf). O mesmo ano, porém, marcaria a chegada de um importante complemento à linha.
|
A primeiro S-10, em 1982: linhas retas, caçamba curta ou longa, tração traseira e motores 1,9 e V6 2,8 a gasolina |
|