Chegando ao Brasil
A descoberta de um novo tamanho de picapes, intermediário entre os pequenos (derivados de automóveis e praticamente exclusivos de nosso mercado) e os grandes (Ford F-1000, linha Chevrolet 20), também ocorreu no Brasil, cerca de 10 anos após os EUA. Com a abertura das importações, em 1990, logo chegaram os japoneses Nissan, Toyota, Mazda e Mitsubishi, despertando a atenção de nossos fabricantes.
Em fevereiro de 1993 era definida a nacionalização da S10, com um atrativo adicional: uma reestilização que o deixaria mais moderna e elegante. Jack Finegan, diretor de Design da General Motors do Brasil, um americano chegado à empresa em 1976, desejava um estilo mais próximo de um automóvel, sem a frente dominada pela grade comum nos EUA.
Pouco após o Ford Ranger (ainda importado), o modelo da Chevrolet chegava ao mercado em fevereiro de 1995, embalado na campanha publicitária que utilizava uma gíria comum à época: "Essa é dez", um trocadilho com a pronúncia do nome S10. Havia ficado mesmo atraente, com a frente arredondada, faróis em forma de trapézio (com lente de policarbonato, as primeiras em um veículo nacional, e duplo refletor) e pára-choque bem integrado ao estilo.
Disponível em versões básica e DeLuxe, esta trazia a moldura frontal inferior e o pára-choque pintados na cor da carroceria. O coeficiente aerodinâmico (Cx) 0,46 era ótimo para um veículo da categoria. Outras áreas modificadas pela GMB haviam sido os pára-lamas, com uma saliência nos traseiros, e as lanternas posteriores, com a seção em âmbar (nos EUA são vermelhas). A cabine arredondada e os vidros rentes à carroceria transpareciam modernidade. O DeLuxe incluía rodas de alumínio, com pneus 225/75-15, em vez das de aço com 205/75-15.
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A S10 brasileiro: cabine simples, motor 2,2-litros vindo do Omega e acabamentos básico e DeLuxe |
Praticamente igual por dentro da americana, a S10 oferecia um ambiente moderno e aconchegante, com revestimentos de boa qualidade e em tons claros na versão DeLuxe. Tinha
um painel completo (incluindo voltímetro, manômetro de óleo e conta-giros, este ausente do acabamento básico), volante de quatro raios ajustável em altura e opcionais como controle
elétrico dos vidros, travas e retrovisores, bancos individuais com console central, rádio/toca-fitas e ar-condicionado. O freio de estacionamento era acionado por pedal.
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O desenho frontal da S10 nacional foi desenvolvido aqui mesmo. Á esquerda um modelo em clay (argila), e à direita duas propostas ligeiramente diferentes. |
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